terça-feira, 16 de março de 2010

16/03/10 - Brasil sil sil sil

Olá!!!

“Aqui é o Rio. Não tem nada de mais o que o Vagner Love fez”

Essa frase é do assessor de imprensa do Flamengo, Bernardo Monteiro. Acredite, o gigante Flamengo passa um sujeito pra falar isso.

Ele estava falando da situação do atacante Vagner Love, flagrado com traficantes na Favela da Rocinha, no dia 27 de fevereiro passado.

As imagens exibidas pelo Fantástico, da Rede Globo, mostram Love chegando a favela e sendo escoltado por seguranças do tráfico armados com fuzis e descendo até a quadra, onde havia uma festa, acompanhado por dois traficantes.

Chega a ser deprimente.

A frase de Monteiro reflete bem a banalização, a convivência e até a conivência com o crime organizado na cidade do Rio de Janeiro.

Ela justifica um ato que parece normal para quem mora lá. Quem no Rio não tem um amigo traficante? Quem não sobe o morro para um bailinho funk?

Acredito que a maioria do povo carioca não pensa assim.

O Brasil passa por isso. Não é só o Rio. Claro que no Rio há algumas situações curiosas e se o próprio povo fluminense não fica indignado como você acha que o restante do planeta vai reagir?

Às vezes fico perplexo quando vejo que as pessoas reagem como se fosse normal. Ou passam a mão na cabeça pois acreditam que é o "mundo moderno" e aí deixa implícito "mas quem não faz isso hoje em dia?".

Hoje em dia há quem defenda seus ídolos e chegue ao cúmulo de criticar quem ficou indignado.

Apesar da matança de Hitler teve gente na Alemanha que o idolatrou enquanto esteve no poder. E acreditava cegamente que ele era bonzinho. Teve gente que brigou na rua e discutiu com vizinhos por causa de Hitler.

Não é de se espantar que hoje em dia as pessoas achem tudo muito comum.

Há reality show onde um brucutu faz apologia contra homossexuais. E há homossexuais que ostentam seu desbunde. E o povo aplaude.

Recentemente o cantor Belo (aquele mesmo) foi seguido por oficiais de justiça e outros cobradores. Não paga dívidas. E os fãs ficaram indignados com quem ousa cobrar o... Belo.

O sujeito que assassinou o Glauco. Acredite que teve gente que disse "coitado, deve estar com problemas pra fazer isso". Problemas está a viúva que perdeu marido e o filho por causa dos "problemas" desse imbecil metido a doente mental.

Dias atrás um religioso famoso foi clicado ao lado de socialites e candidatas políticas num evento para pessoas chiques e da elite, realizado nada mais nada menos do que no pomposo Jockey de São Paulo. Passou a tarde lá e deu até uma bênção no microfone para uma platéia que usava óculos no valor de 5 mil reais e com vestidos que custavam o preço de um carro.

Até aí, alguém vai dizer, problema dele. O mais curioso foi o povo que ficou esperando na missa e o sujeito não apareceu. Mandou outro sob a desculpa de que estava com "dores".

Não vou ficar nada surpreso se algum dos que esperaram sentados ou em pé na missa ficar indignado com quem divulga.

Lembra do caso do mensalão? Teve fanático achando que as pessoas estavam perseguindo o partido. E o sujeito com dinheiro na cueca, estava perseguindo quem?

Agora a moda é o governador Arruda, em Brasília. Tem gente com pena porque está preso.

Outro dia um sujeito fez uma crítica às ondulações da pista montada para a Fórmula Indy. Houve gente que não ficou indignada com o fato. Ficou indignada com o sujeito que divulgou "onde já se viu, manchar a imagem do país".

Já imaginou uma imagem na tevê de Sócrates, Ademir da Guia, Rivelino ou Raí entrando na favela de paraisópolis cercado de elementos com metralhadoras pra ir numa festinha?

Ou Zico subindo a favela da Rocinha pra fazer um batuque com traficantes?

Mas, em certos lugares as pessoas acham normal seus ídolos irem "relaxar" na companhia de certos animais.

Plagiando o gênio nomeado assessor do Flamengo "isso é Brasil".

Abração.

Ricardo Leite.

FONTE: http://www.ricardoleitecomvoce.com.br/

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